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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um brinde de ano novo!

O que tem a ano novo de mágico é que ele nos faz refletir. Parar um pouco com a rotina.
Também é um momento de recomeçar, como uma espécie de “segunda chance”.
Sem isso, acho que nossas máquinas orgânicas já teriam pifado.
Mas o ideal mesmo seria que fizéssemos esse “ritual de passagem” de um ano para outro, mais seguido.
Que bom que algumas vezes por mês, quem sabe uma vez por semana, por exemplo, nos propuséssemos a parar um pouco com nossa correria desenfreada e refletíssemos. Sabe como é. Fazer um balanço mais vezes do que uma vez por ano, para que ao final não nos sintamos tão sobrecarregados e com tantas lacunas a preencher.
Bom seria também que conseguíssemos em nossa agenda, mais espaço para a família, para os amigos, para as reconciliações... Que tudo isso não fique guardado para as festas de Natal e Ano Novo.
A eterna busca pelo amor, pelo sucesso, pela felicidade, às vezes faz com que alcancemos tudo isso e não desfrutemos, porque no fundo, acreditamos que nada disso realmente existe ou estamos ocupados demais para perceber o que já alcançamos. Como nos disse Fernando Pessoa “Felicidade existe, mas nunca a encontramos. Porque ela está sempre apenas onde a pomos. E nunca a pomos onde nós estamos”.
Seria bom que em alguns momentos pudéssemos nos dar o prazer de estar junto com a felicidade conquistada que nada mais é do que a simplicidade dos momentos entre amigos, das brincadeiras com nossos filhos, do namoro eterno com nossos maridos e esposas, da sensação de dever cumprido, da prática da caridade, da oração de agradecimento sincero e da possibilidade de repetir tudo isso amanhã, e depois, e depois, e depois...
Ótimo seria, se não precisássemos sempre dessa segunda chance, mas o certo é que ainda somos imperfeitos e fatalmente vamos errar. Mas as mudanças radicais não precisam ficar para o Ano Novo. Podem começar dia-a-dia ou a cada semana. Sempre que estivermos prontos para ela.
Sim, porque de nada adianta “resetar” tudo se não estivermos prontos de corpo e alma. Nem no Ano Novo.
Nesse ano, quem sabe consigamos a paz tão almejada e é o que sinceramente desejo a todos, mas mais do que isso, desejo que todos consigam um encontro com a felicidade que certamente está lá onde foi colocada por nós.

Gilda Satte Alam Severi Cardoso

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